segunda-feira, 18 de abril de 2016
obrigado, bandidos
Em tempos tão difíceis e incertos, impossíveis as certezas. Meus amigos estão todos sofrendo com a vitória do golpe na câmara. Em meio a tantas postagens, quis publicar algo feito com muito carinho, algo que seja alento e chamamento, e assim voltei a este blog que só foi usado pelos meus alunos em 2009.
Queria ser artista... fica pra próxima.
Queridos, ontem tivemos demonstrações cabais e definitivas do sistema político brasileiro, que o PT achou (achamos?) que podia cavalgar. Que tombo! A votação eleva bandidos e rebaixa uma honesta, com apupos e fogos até de muita gente do povo. Os grupos que se colocam aqui a serviço de interesses estranhos aos do povo prevaleceram mais uma vez. Até os militares caíram quando pararam de os agradar tanto. Foi assim em todos os ciclos republicanos, café com leite, Getúlio, JK, nova república... Jango e Lula foram os pontos fora da curva, com a diferença que Lula conseguiu se equilibrar num pacto conservador. O Brasil é um país desigualmente brutal, nunca vai parar de ter gente disposta a vender o país e viver sua Bel-Índia. A classe que venceu foi a de sempre, que se sente exilada no Brasil, como Heródes na Palestina, cujo único projeto é agradar mais aos poderes econômicos para ganhar mais poder, para agradar mais, para...
Não adianta sofrer por antecipação que a Lava-jato será manipulada e abafada como convier, que a política de salário mínimo crescente acaba, que programas para transferência de renda direta ou via compras públicas mixarão, que direitos trabalhistas retrocederão à pré-Vargas, que o pré-sal perderá potencial público e que ativos nacionais se perderão com o argumento da eficiência. Não adianta. Esses e outros retrocessos já estavam se desenhando sob governo PT, acelerarão.
Daí começamos a aprender duras lições:
1. Com um judiciário classista e progressivamente conservador e um legislativo historicamente oportunista e formado com base em lobbies e ignorância, nem um executivo de anjos geniais pode transformar o Estado (claro que não tivemos isso!!!).
2. Pactos conservadores com a classe política brasileira fazem "xixi na mão de bebê", não adianta, é que nem brincar de escorregar no sabão em pó molhado em alpendre, uma hora dá merda, e pior, tais pactos implicam retrocessos que não devem e não podem ser negociados na agenda.
3. Apostar num país meio burguesinho, na inclusão do consumo e da casa própria e universidade, não deu certo. Os ganhos sociais foram dados como Manah que cai do céu e não como fruto de luta e opção política. Se as grandes políticas tivessem sido acompanhadas dos movimentos, de ações organizativas e educadoras, como em conselhos de políticas...
Os avanços que importam para a história são aqueles que se amalgamam na cultura, nas pessoas e nas instituições. Fazer junto, discutindo, com participação, custaria mais tempo e dinheiro? ok, dane-se. Seja casa, ATER, orçamento, compra pública, acesso ao bolsa família, universidade, PAC, pre-sal, as decisões locais a nacionais tinham que ser feitas com muita reflexão, sem doutrina, apenas abertura para crítica.
Difícil ver as tarefas à frente, mas certamente é uma profusão de ações convergentes: na resistência às mudanças convervadoras, num governo sombra, na transformação dos partidos e sindicatos em espaços mais educadores, nos diversos experimentos sociais que ainda lograremos produzir e quem sabe, quem sabe... assim talvez saibamos melhor o que fazer ao formar um governo popular sitiado pelo Estado historicamente anti-povo. Não houve guinada na história ontem, houve duras e valiosas lições, agora temos um pouco mais de clareza do que fazer e mais chance de realmente mudar a história do país. Ainda estamos aqui, prontos para ficarmos mais fortes, mais contundentes, mais unidos e mais felizes na luta!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
em tempos eleitorais
Pessoal,
outro dia assisti ao vídeo Bogotá cambió, que relata duas gestões da prefeitura de Bogotá bastante heterodoxas. Dá até esperança de que algo de novo pode surgir a partir do governo. Será que temos algum candidato deste tipo? Assistam:
http://www.youtube.com/watch?v=5OdhD5D5its&feature=geosearch
Só pra constar: o Antanas Mockus, personagem central deste documentário chegou ao segundo turno para presidente da Colômbia, creio que teve mais de 20%.
outro dia assisti ao vídeo Bogotá cambió, que relata duas gestões da prefeitura de Bogotá bastante heterodoxas. Dá até esperança de que algo de novo pode surgir a partir do governo. Será que temos algum candidato deste tipo? Assistam:
http://www.youtube.com/watch?v=5OdhD5D5its&feature=geosearch
Só pra constar: o Antanas Mockus, personagem central deste documentário chegou ao segundo turno para presidente da Colômbia, creio que teve mais de 20%.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
acordando dentro do sonho
Sabe quando a sua imagem fica interposta entre espelhos? Você fica com a imagem repetida cada vez menorizinha até o infinito. É como aquelas bonecas russas que você vai abrindo e encontrando outra igualzinha dentro. Acho que chama matrioshka.
Outro dia fiquei pensando no risco de qualquer um, principalmente dos educadores, de se considerarem os despertos, aqueles que devem acordar os que dormem, como aqueles personagens que no filme Matrix já tinham conseguido se desligar dela.
As expressões que se referem ao problema da sociedade muitas vezes vem acompanhadas da idèia de que os outros ainda não despertaram para determinado problema. Puxa vida, se a questão fosse um simples despertar.
Hoje escrevi no meu caderno: "sonhei que estava acordado dentro do sonho os outros dormiam, talvez enquanto sonhasse esses outros estivessem despertos".
São infinitos despertares, todos pessoais e únicos. Que ambiente, que relações, que trocas humanas, o que nesse mundo pode potencializar mais e mais despertares?
Outro dia fiquei pensando no risco de qualquer um, principalmente dos educadores, de se considerarem os despertos, aqueles que devem acordar os que dormem, como aqueles personagens que no filme Matrix já tinham conseguido se desligar dela.
As expressões que se referem ao problema da sociedade muitas vezes vem acompanhadas da idèia de que os outros ainda não despertaram para determinado problema. Puxa vida, se a questão fosse um simples despertar.
Hoje escrevi no meu caderno: "sonhei que estava acordado dentro do sonho os outros dormiam, talvez enquanto sonhasse esses outros estivessem despertos".
São infinitos despertares, todos pessoais e únicos. Que ambiente, que relações, que trocas humanas, o que nesse mundo pode potencializar mais e mais despertares?
terça-feira, 2 de junho de 2009
memórias gostosas
Pessoal,
ontem estávamos discutindo o fato de que há processos que elitizam o que antes era público. Quando se nadava e pescava em rios isto estava ao alcance de todos. Hoje, em São Paulo, nada-se e pesca-se em clubes e pesque-pagues.
Quanto das nossas opções mais gostosas vão desaparecendo.
Fiquei lembrando das goiabas que comia no pé, das jaboticabas, das carambolas, das cajamangas, dos ingás. Até coisas diferentes como jatobá e melãozinho de são caetano fizeram parte do meu cardápio de menino solto no mundo.
Lembro da alegria de estar em grupo, achar uma planta com fruta e ficar comendo como se fosse a maior iguaria. Vejo que meus filhos nunca fizeram isso. Já comeram carambola, cajamanga e goaiba. Frutas que estão eventualmente acessíveis nos supermercados. O que eles estão perdendo?
E vocês tem frutas, pescas, lugares da infância que não estão mais disponíveis e ainda deixam saudades?
ontem estávamos discutindo o fato de que há processos que elitizam o que antes era público. Quando se nadava e pescava em rios isto estava ao alcance de todos. Hoje, em São Paulo, nada-se e pesca-se em clubes e pesque-pagues.
Quanto das nossas opções mais gostosas vão desaparecendo.
Fiquei lembrando das goiabas que comia no pé, das jaboticabas, das carambolas, das cajamangas, dos ingás. Até coisas diferentes como jatobá e melãozinho de são caetano fizeram parte do meu cardápio de menino solto no mundo.
Lembro da alegria de estar em grupo, achar uma planta com fruta e ficar comendo como se fosse a maior iguaria. Vejo que meus filhos nunca fizeram isso. Já comeram carambola, cajamanga e goaiba. Frutas que estão eventualmente acessíveis nos supermercados. O que eles estão perdendo?
E vocês tem frutas, pescas, lugares da infância que não estão mais disponíveis e ainda deixam saudades?
terça-feira, 12 de maio de 2009
epic 2015 o futuro da comunicação
Pessoal,
por recomendação de um aluno de Ciências do Ambiente assisti, agora à pouco, o vídeo EPIC 2015, que vocês podem acessar pelo link http://www.youtube.com/watch?v=U2LcBmoE6Ws .
O vídeo faz um exercício de futurologia sobre esta evolução da mídia, com blogs, podcasts, ipods, amazon, sites de busca, sites de relacionamento. Como exercício de previsão ele é arriscado, mas como base para refletirmos o significado disso é muito interessante. Por vezes parece que o autor é um entusiasta desse processo, em outras ele parece se preocupar com o fluxo da irrelevância e superficialidade. COmo comentei com vocês, quem definiu que "Mirella vai à praia sem Latino" é uma manchete de primeira página de um site como o Terra? Falei disso quando sugeri a busca por fontes alternativas como o site da ADITAL.
Bem, até por estar iniciando esta prática do blog não quero fazer julgamentos apressados sobre os significados desta evolução da comunicação. Certamente ela pode ser muito ruim, mas também podemos buscar meio de produzir significados mais positivos para nós mesmos e a sociedade. O que vocês acham? Assistam, são só 8 minutos.
por recomendação de um aluno de Ciências do Ambiente assisti, agora à pouco, o vídeo EPIC 2015, que vocês podem acessar pelo link http://www.youtube.com/watch?v=U2LcBmoE6Ws .
O vídeo faz um exercício de futurologia sobre esta evolução da mídia, com blogs, podcasts, ipods, amazon, sites de busca, sites de relacionamento. Como exercício de previsão ele é arriscado, mas como base para refletirmos o significado disso é muito interessante. Por vezes parece que o autor é um entusiasta desse processo, em outras ele parece se preocupar com o fluxo da irrelevância e superficialidade. COmo comentei com vocês, quem definiu que "Mirella vai à praia sem Latino" é uma manchete de primeira página de um site como o Terra? Falei disso quando sugeri a busca por fontes alternativas como o site da ADITAL.
Bem, até por estar iniciando esta prática do blog não quero fazer julgamentos apressados sobre os significados desta evolução da comunicação. Certamente ela pode ser muito ruim, mas também podemos buscar meio de produzir significados mais positivos para nós mesmos e a sociedade. O que vocês acham? Assistam, são só 8 minutos.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Curtinha pra pensar
Um amigo, o Juan Negret, escreveu: "quanto mais radical na mudança de postura, mais compreensivo na diferença".
Essa é daquelas que bota pra pensar. É melhor que a do Che, hay que endurecerse sin perder la ternura jamás"
Radicalizar politicamente deve andar de mãos dadas com o aumento da ternura!
Posicionar-se firmemente no mundo acompanha um aumento da capacidade de acolher o outro.
Maravilha. Valeu Juan.
Essa é daquelas que bota pra pensar. É melhor que a do Che, hay que endurecerse sin perder la ternura jamás"
Radicalizar politicamente deve andar de mãos dadas com o aumento da ternura!
Posicionar-se firmemente no mundo acompanha um aumento da capacidade de acolher o outro.
Maravilha. Valeu Juan.
domingo, 3 de maio de 2009
A arte, a emancipação humana e o ambiente
FILMES : Cadê Profiro; Uma terra para Rose; Silêncio e sussurro; Maioria absoluta; Encantadora de baleias; Laranja mecânica; O leitor; A revolução não será televisiona; O dia
LIVROS: A insustentável leveza do ser; Cidades invisíveis; O visconde partido ao meio; O cavaleiro inexistente; O barão das árvores; Ensaio sobre a lucidez; Ensaio sobre a cegueira; A jangada de pedra ; Minha jornada solitária pelo Século; Odisséia; O leopardo; A erva do diabo; Manuelzão e Miguilim; O senhor dos anéis; O último vôo do flamingo; Os trabalhadores do mar; As vinhas da ira; Sidartha; Cem anos de solidão; A náusea; O processo; Morte e vida Severina; Liberdade liberdade; Admirável mundo novo; A revolução dos bichos; Fausto; A caverna; Levantado do chão; Os sertões; Grande sertão veredas; Dom Quixote; Brasil; Viva o povo brasileiro; Não verás país nenhum; Quarup
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